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segunda-feira, 18 de junho de 2012

José Augusto diz por que escolheu o Recife para gravar Na estrada.



Evidências algemam José Augusto à condição de eterno romântico da música brasileira: o amor cravado nas letras das canções, o dueto firmado com o público nos shows, a carreira pavimentada no culto ao sentimento. Em quase quatro décadas sobre o palco, cantou com celebridades e encantou anônimos. Fez da música passaporte para atravessar países, desatar tabus, destruir preconceitos. A consagração artística e afetiva acompanha os 27 álbuns lançados desde os anos 1970 – registros da presença em estúdios, eventos, programas de auditório. A experiência do namoro cotidiano com os fãs inspirou o novo projeto do cantor: um DVD gravado ao vivo, diante de 12 mil pessoas no Chevrolet Hall, no Recife. Forjado no caminho entre apresentações, ele é batizado com a marca da rotina. Chama-se Na estrada.

Fantasia materializada em novembro do ano passado, o disco reúne 27 músicas em pouco mais de uma hora e meia de show. Cinco delas inéditas, com a faixa bônus A estória de nós dois, tema da novela global Avenida Brasil. Mas o espírito do DVD se abraça aos sucessos mais conhecidos do cantor, como Aguenta coração (sensação com a novela Barriga de aluguel), Sábado, Chuvas de verão e Por eu ter me machucado. Sobra espaço para clássicos dele gravados por outros artistas, como Separação, cantada por Simone e pela dupla Chitãozinho & Xororó. O repertório nasceu das sugestões feitas pelo público durante e depois dos shows, no camarim, no deslocamento entre cidades. As mais exigidas foram incluídas na gravação ao vivo. A decisão se impunha como forma de dialogar com os admiradores, estabelecer um canal para troca de afetos. Deixar tudo de igual para igual.

 Amor eterno, passageiro, contido ou explícito. José Augusto dedica o show às inúmeras faces do sentimento. Trata do ressentimento com antigos amores, da declaração aprisionada pelo medo, do receio de amar de novo, da solidão no rompimento, da desilusão na vida a dois, da busca pelo amor duradourom ou do fracasso retumbante.

Ele relembra, no show do DVD, momentos marcantes da trajetória profissional, como a gravação do primeiro sucesso (De que vale ter tudo na vida, um milhão de cópias vendidas), em 1973. Ressalta o prazer de estar no palco e o carinho recebido dos fãs: “O sonho de todo cantor, compositor, é ver as músicas tocando nas rádios. Depois, ver as pessoas cantando na rua, nos bares. Eu me apaixonei pela música. É minha vida”. O desejo encontrou guarida nos aplausos. José Augusto trocou experiência por idolatria, entregou anos por reconhecimento, tocou sonho por sonho.

Faz de conta iniciado na infância. Aos 12 anos, já tocava violão. Na adolescência, bateu à porta de gravadoras. Mais tarde, teve composição gravada por Cauby Peixoto. Os hits seguintes lhe garantiram o mercado em países latinos. Cantou ainda nos Estados Unidos. Figurou no ranking da Billboard (maiores sucessos dos EUA). Viu composições ganharem o mundo (só Evidências tem 130 regravações). Alimentou o repertório de Alcione, Fafá de Belém e outros ícones da MPB. Derrubou a barreira das FMs – antes intolerantes às canções românticas. Dividiu apresentações com Xuxa, Roberto Carlos, Dionne Warmick, diva norte-americana. Mas, sobretudo, viveu o público. Fiel ao romantismo, cultivou o amor na plateia. E se tornou personagem da inspiração: nos braços dos fãs, nada mais importa.

Por Tiago Barbosa, do Diario de Pernambuco

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